OS MARRETAS

Três velhos "marretas" conversam entre si, num banco de jardim, junto à Praça 8 de Maio, àcerca de Pereira da Costa (advogado figueirense e ex-vereador de Santana Lopes na Câmara Municipal da Figueira da Foz) e, como todos já sabem, o secretário de Estado-adjunto e dos Antigos Combatentes, incluído na orgânica do Ministério da Defesa e dos Assuntos do Mar.

A sua nomeação para o Governo não deixou ninguém indiferente. Seja por perplexidade, por espanto ou por regozijo.

“Boa tarde, Sr. Dr.” cumprimenta o velho “António” (nome fictício).

Pereira da Costa compenetrado no telefonema que estava a receber – informações secretas sobre Paulo Portas – nem ouviu o acto delicado do idoso.

-“Olhe, não é o senhor secretário de Estado?” questiona o velho “Alberto” (nome fictício).
-“Não. É aquele advogado que bem pode agradecer ao pai o nome que tem” dispara "António"

-“Como é que isto é possível. Parece eu que estou a ver a brincar em pequenino" afirma "Alberto".

“´São as amizades. «Colou-se» ao Santana e agora é ministro. E aquele outro, o Miguel Aleida, vai pelo mesmo caminho" atira "José", outro pensionista que passa as tardes no jardim à espera do fim.

“Ai a porra. Ainda agora perguntei se era secretário de Estado, disseram que era advogado. Então, agora já é ministro?” contesta Alberto.

"É assim. É da vida! O que hoje é azul amanhã é verde. Já diz a sabedoria popular que «em terra de cego quem tem olho é rei»" frisa "António".

Os três “marretas” continuam a sua discussão por mais alguns minutos até que, a troco de um tinto no Manuel da Parreira (tasca), decidem dar tréguas entre si. “Eles é que o ganham. Vamos mas é ao tintinho do Manuel” desabafa, inconformado, Alberto.

Patinho Feio