O MANÍACO DA SEGURANÇA

A notícia, em letras gordas, vem no “Expresso” do passado Sábado, mas falha em surpreender: Santana Lopes vai ter 16 seguranças, o dobro do anterior primeiro-ministro Durão Barroso.

E acrescenta o “Expresso”, dando voz a essa (in)suspeita fonte que dá pelo nome de Miguel Almeida, o novo chefe de gabinete do novo PM: “esta decisão não é do primeiro-ministro nem decorre de nenhum pedido seu, mas sim de uma avaliação dos responsáveis da segurança”, que definem o modelo a seguir “consoante o grau de ameaça e as informações que têm em seu poder”.

Ou seja: o aumento do número de seguranças deve-se a uma qualquer avaliação feita não se sabe bem por quem, mas certamente a mando de alguém, que agiu baseado em informações que não se sabe (de todo) quem produziu.

Certamente será a mesma pessoa que, depois das trapalhadas e das notícias vindas a público sobre a segurança contratada pela Câmara de Lisboa, aconselhou a requisição (ou coisa que o valha) de protecção à PSP da capital não fosse o diabo tecê-las, já que, pelos vistos, existiam ameaças à integridade física de Santana Lopes!

Ora pergunto eu… alguém se lembra como era na Figueira da Foz, quando Santana Lopes não saía de casa sem se fazer acompanhar do incansável Quaresma, motorista da autarquia, convertido em guarda-costas?

Alguém se lembra que em qualquer inauguração ou festarola existia sempre uma mão-cheia de seguranças privados, de fato escuro e rádio transmissor, a zelar pelo bem-estar do senhor presidente?

Alguém se lembra do Congresso do PSD em Viseu por onde Santana Lopes circulou devidamente acompanhado pelos seguranças idos da Figueira, não fossem os seus companheiros de partido atentar contra a sua preciosa vida?

Dizia um médico, amigo meu, há dias, que a notícia do “Expresso” não o surpreendeu: “Pois se o homem é um conhecido hipocondríaco, sempre de medicamentos atrás, não espanta que tenha a mania da segurança”.

Claro que quem lhe pagou, quem lhe paga a mania, são sempre os mesmos: nós, os patos!

Pato Donald